domingo, 1 de março de 2009

A grande jornada pela Europa – Parte 3

A terceira parte das viagens começa no dia 26 e 27 de dezembro, quando peguei um ônibus de Paris rumo a Amsterdam. Sem ter nem dois centimetros para mover as pernas, 7 horas de viagem depois, cheguei na estação central, ainda faltando 1 hora para o metro começar a funcionar. Assim que possível, fui para a estação perto da casa de duas meninas da UFMG, Luiza e Tatiana. Lá me juntei ao Cristiano, também da UFMG, e, novamente, à Priscila da minha sala. Depois de acabar de dormir, fomos andar pela cidade. Amsterdam é uma cidade muito bonita com um clima muito divertido. Passamos pelo Bairro da Luz Vermelha, onde as prostitutas ficam se exibindo nas janelas. 80% delas eram ou muito feias ou muito velhas, e não pode tirar fotos delas. Passei na porta de alguns “cafés”, mas não cheguei a entrar em nenhum. Fomos também ao Museu do Sexo, que não tinha tanta coisa, mas é até divertido. Pra finalizar, comemos uma batata frita no saquinho com maionese, bem típica da região holandesa e belga.

Dia 28/12 pegamos um trem para uma cidadezinha na divisa da Holanda com a Alemanha para reencontrar a Aninha e o Léo. Eles estavam de carro e fomos para Bruxelas nós 5. O casal voltou no mesmo dia, e ficamos então eu, Pri e Cris por lá. Nesse dia, demos uma volta pela praça principal de Bruxelas com destaque para o Waffle com morango, chocolate, banana e creme. Simplesmente sensacional!

No dia 29/12, pegamos um trem para Waterloo, cidade onde aconteceu a famosa guerra entre França e Inglaterra, quando Napoleão saiu derrotado. O turismo na cidade é totalmente dedicado a esse fato, então fomos nas exposições contando a história da guerra e depois subimos o monte onde foi colocado o monumento comemorativo à vitória, para quem não conhece, é o leão pisando na bola, igual ao símbolo da Premier League (Primeira divisão do futebol inglês).

Ainda demos uma volta pelo vilarejo que tem um clima muito bucólico, muito aconchegante. Na volta, passamos pelo centro de Bruxelas novamente e depois fomos para o hotel.

No dia seguinte, 30/12, fizemos outra pequena viagem, dessa vez para Bruges, a melhor cidade que eu visitei nessa viagem. Bruges é uma cidade medieval que ficou abandonada um bom tempo quando o rio que ligava a cidade à costa foi assoreado. Muitos anos depois, reabriram a ligação e a cidade voltou a ser um lugar movimentado. Agora, por que foi a melhor cidade? Porque, além do clima medieval, dos lagos cheio de patos, cisneis e gansos; a cidade produz mais de 400 tipos de cerveja e o melhor chocolate do mundo! Para completar, o passeio começou numa ótima exposição de esculturas de gelo.

Em seguida, tomamos um chocolate quente para esquentar e fomos à cervejaria Halv Maan (Meia Lua). Fizemos um tour de 45 minutos, conhecendo todo o processo de fabricação e, no final, ganhamos uma cerveja, a Bruges Zot.

Depois da cerveja, tentamos pegar também o tour pela Fábrica de Chocolate, mas já estava fechada. A segunda opção foi, então, comprar chocolate em alguma loja de fabricação caseira. Foi quando eu encontrei o paraíso. Lado a lado, uma loja de chocolates e uma de cervejas. Comprei um saco de chocolates e 3 garrafinhas de cerveja para experimentar. É fácil adivinhar a minha felicidade.

Infelizmente, o dia acabou e voltamos para Bruxelas, pois o dia seguinte seria intenso. No último dia de 2008, fizemos o check-out no hotel, deixamos nossas malas na estação de trem e fomos andar pelo resto de Bruxelas. Primeiro fomos no Museu dos Instrumentos Musicais, porém só tinhamos 1 hora para visita pois o museu fecharia mais cedo. Foi uma pena, pois a quantidade de instrumentos que tinham lá era impressionante. Deram um fone de ouvido com um receptor, então em frente a cada instrumento, automaticamente começava a transmitir alguma música com ele sendo tocado.

Aproveitamos o final da tarde para conhecer mais alguns pontos turísticos de Bruxelas. Visitamos o Átomo, onde aproveitamos pra escorregar em um laguinho congelado que tinha em frente, e vimos também o Manneken Pis, um boneco minúsculo fazendo xixi, que se juntou a Monalisa no grupo de decepções da Europa.
Para o Reveillon, procuramos durante algumas horas por uma boate que uma menina de Leeds tinha me recomendado, mas não conseguimos encontrar. Até uma raposa andando na rua eu vi enquanto procurávamos. Então decidimos ir para a praça central ver os fogos. Lá foi bem divertido, muitos fogos bonitos que quase foram atrapalhados pela neblina. Ainda tomamos uma cerveja antes de nos recolher. Quando o bar fechou, voltamos para a estação de trem de madrugada e esperamos até de manhã para pegar o ônibus para o aeroporto. Foi a noite que eu passei mais frio na minha vida.

Depois de muito frio e alguma raiva no aeroporto com os seguranças encrencando com o tamanho das nossas malas, pegamos o vôo para Montpellier. Nesse dia, o que mais fizemos foi descançar. Encontramos um hotel barato pra ficar, demos uma volta de 1 hora que foi suficiente pra conhecer a cidade toda e dormimos o resto do dia.

No dia 02/01, logo bem cedo, pegamos um trem para Avignon, de onde iríamos para um castelo abandonado. Assim que chegamos na cidade, descobrimos que não existe ônibus comercial para o castelo que queríamos ir, logo mudamos os planos. Pela manhã visitamos apenas Avignon, que é uma cidade medieval envolta por muros, que já foi cede da residência Papal na Idade Média. Pela tarde fomos para a cidade de Tarascon, apenas para visitar um castelo, que por fora era muito legal, mas por dentro não tinha nada demais, nenhuma mobília nem nada. O resto do dia, sentamos nós três na praça e tomamos vinho comendo azeitona. Retornamos para Avignon, de onde a Pri seguiu de volta para paris enquanto eu e Cris pegamos um trem para Marseille pela noite. Ao desembarcar, demoramos muito para encontrar um lugar para ficar, e já era tarde da noite. Por fim achamos um hotel pulguento onde passamos a noite.

No dia 03/01, decidimos não ficar mais nem um minuto em Marseille e ir direto pra Nice, pois não tinha nada pra fazer naquela cidade. Melhor decisão que poderíamos ter feito. Pegamos um trem e chegamos a tardinha em Nice. Na viagem, encontramos com dois caras de BH que estavam morando em Londres com vários amigos em comum com a gente, o Alexandre e o Tiago. Eles não tinham lugar pra ficar ainda, então foram comigo e com o Cris para o albergue que já tinhamos reservado, o Saint Exupery, também conhecido como “O paraíso dos mochileiros”. Chegando no lugar, ficamos tão maravilhados com a perfeição do alojamento que nem saímos a noite, resolvemos passar a noite bebendo na área comum do albergue, pois a latinha de cerveja de 500ml era apenas 1 euro (normalmente seria 2 euros no mínimo). Aproveitamos também para resolver os próximos dois dias de passeio, pois o Albergue oferecia várias sugestões de passeio na região.

Dia 04/01, então, fomos nós 4 em direção ao Principado de Mônaco. No caminho, paramos no alto de uma colina em um vilarejo chamado Eze Village. De lá, descemos a colina pela trilha no meio das montanhas até chegar na praia bem lá em baixo. Foi simplesmente o lugar mais bonito que já vi na minha vida, “não há foto que descreva o que eu estou vendo” foram as palavras que eu achei pra falar com os meninos durante a descida. Pra completar, num calor de 20 graus, tomamos um rápido banho de mar, o suficiente para meus óculos de grau serem engolidos pelo Mar Mediterrâneo quando eu mergulhei. Ainda passei 20 minutos tentando achar, mas desisti. Então pegamos um ônibus e fomos para Mônaco.

No Principado, vimos a troca de guarda e fomos andar pela cidade. Paramos no porto para nos maravilharmos com os Iates, cada um maior que um outro, impressionante. Continuamos andando e vendo os carrões que passavam. Depois de muita expectativa, as Ferraris começaram a aparecer. Chegamos no túnel sob o cassino e o atravessamos. Uma Ferrari preta nos ensurdeceu passando por lá nesse momento. Alcançamos a curva em 270 graus e subimos até o Cassino. Tudo muito bonito. Como não dava pra sentar e tomar uma cerveja, pois é tudo absurdamente inflacionado, voltamos para beber uma de leve no hostel e descançar para o outro dia, que também seria incrível.

05/01 começou bem cedo. Às 7:30 estávamos tomando café para logo depois pegar um ônibus para Auron, um vilarejo nos Alpes Franceses com uma pista de Ski de nome homônimo. A viagem demorou 2 horas e meia. Chegamos, pegamos os equipamentos e por volta das 13h entramos no rink. Eu e Alexandre estávamos de Ski, enquanto Cris e Tiago foram de Snowboard. Com 1 hora, nós do ski já estávamos descendo a pista tranquilamente, enquanto os do Snow demoraram 3 horas pra conseguir fazer uma curva. Hehehe Vários tombos e muita, mas muita diversão depois, a pista fechou às 16h. A paisagem, apesar de secundária, também era fantástica. Para um fim de viagem, foi muito além das expectativas. Está no meu Top 3 de programas que fiz na Europa. Se tiverem a chance de esquiar, não a desperdissem. Mais 2 horas e meia pra voltar, muito satisfeitos com o que encontramos no sul da França.

Dia 06/01, de madrugada peguei sozinho um trem pra Marseille, onde pegaria um vôo pra Paris. Fiquei lá na casa da Pri, onde encontrei com Marconi, Provenzano e Tulio, todos da elétrica. Quase não saímos de casa, devido ao cansaço e ao frio. O máximo que fizemos em 2 dias foi assistir “Che” no cinema. Outra experiência sensacional, ver um filme em Espanhol e Inglês, com legenda em Francês. Dia 08/01 peguei vôo para Liverpool, de onde peguei mais um trem para Leeds, onde foram interrompidas as viagens durante alguns dias.

Faltam 2 posts para o fim dessa história. Um para contar o fim da estadia em Leeds, outro pra contar as viagens a Dublin, Edimburgo, Londres e Berlin. Farei isso o mais rápido possível antes que eu desanime de escrever. As fotos começarei a colocar no orkut, e não mais aqui.

Grande abraço!